Menino e Árvore, Foto de Sebastião Salgado
Recebi de um GRANDE amigo o link de uma carta de um operador de Wall Street pressionando por uma ajuda de US$ 700 bi para socorrer o falido capitallismo-financeiro norte-americano(acesse a carta no link http://www.marketwatch.com/news/story/letters-editor-bailout-un-american/story.aspx?guid={7CEB61F6-E939-4D46-961C-4EBC2AB5965A} ).
Abaixo, minha resposta à carta e minhas reflexões sobre a atual crise financeira mundial:
Por mim let it crash mesmo...e não como ironia, como está colocado no artigo. Um sistema predador como o capitalista e especialmente como o norte americano faz bilhões de sociedades humanas terem quebrado há décadas, há séculos....na verdade uma nova quebra faria, como li ontem, em uma reportagem do Sunday Times, os americanos sentirem um pouquinho, mas um poquinho mesmo, do que é ser de terceiro mundo...um terceiro (e quarto mundos) que este modelo predador só tem alimentado e dele tem enriquecido, no limite.
Não coloco isso como vingança, não coloco isso como revanche, muito menos como "quanto ppior melhor". Coloco isso como uma possibilidade de o chamado mundo desenvolvido sentir o que é a relidade DO PLANETA, que vai além, muito, mas muito além de Wall Street (curioso...wall quer dizer muro não é? O de Berlim caiu há 20 anos, representando o fracasso real do modelo socialista-stalinista...e o muro capitalista-financeiro, quando cairá e reconhecerá seu fracasso - E SUAS DÍVIDAS! - diante da humanidade? Digo dos 6 bilhões de humanos...muitos deles nem sabem escrever Wall Street em nenhuma língua.....25% da população do planeta permanece analfabeta).
A fome atinge mais de 1 bilhão de pessoas no mundo atual, REAL, nos 5 continentes (falo de populações que têm médias de ganhos diários inferiores a US$ 0,50/dia!). As atividades de tantas e tantas empresas negociadas diariamente nas operações de Wall Street colocaram o planeta em uma situação de desastre ambiental lento, progressivo e iminente; a mundialização destes capitais têm provocado desemprego estrutural no mundo inteiro, destruído iniciativas de empresas nacionais, aniquilado tentativas de autosustentaibilidade comunitária, alimentado golpes e governos corruptos em todos os cantos, como no caso da Colômbia, por exemplo.
Perguntemos à população do Afeganistão se querem ou não que ESSE capitalismo quebre. Perguntemos isso à popualçao do Camboja, do Vietnã, da Líbia, do Iraque (olha que beleza que ficou depois de se libertar de Sadam...agora sim a vida por lá tornou-se civilizada, não é?)...perguntemos isso aos prisioneiros de Guantánamo, de Abu-Graib....
Destaco alguns trechos da carta...reveladores:
Some of us on Wall Street are not shocked by these events
Fannie Mae have been helping Wall Street by originating and buying these securities. That was the time Congress should have acted.
Our country is founded on capitalism and small government.
If you vote for this plan, I will not vote for you and I will aggressively work to help your opponent get elected
The media and Congress keep saying people do not understand the issues. I clearly understand the issues. I understand them better than you do
Estres trechos são, sinceramente, psicopatas. Aliás recomendo que assista ao filme Korporation, onde o caráter psicopata do capitalismo financeiro-predador fica evidente.
Psicopata por não ver o mundo além do seu umbigo; psicopata por acreditar que um país (ou, no caso, um planeta) pode ficar refém de um pequeno grupo de especuladores que provocam, fora de Wall Street, trajédias reais há décadas, etando, de fora, ao mesmo tempo no jogo econômico e totalmente fora da esfera da produção; psicopata por que ameaça quem se coloca contra, vê aquele que pensa contra como um inimigo a ser aniquiado (no caso, nas urnas); psicopata por acreditar que tem o controle sobre tudo e todos e o simples fato de "saber mais e controlar as regras do jogo" pode lhe dar o direito de fazer, do outro, refém; psicopata por ser incapaz de relacionar causa e consequencia do seu modo de agir; enfim...psicopata por não admitir-se enquando um raciocínio doentio, desumano, egocentrado e genocida.
Acredito que o pessoal de Wall Street pode ficar bem tranquilo. Tantos deles já estão pessoalmente protegidos com investimentos em paraísos fiscais. Ao mesmo tempo é simplesmente impossível não haver uma salvação em massa para sua falência, para sua incompetência operacional, uma vez que a falta desta ajuda, de fato, quebraria o sistema. E quem pode dar essa ajuda é o Estado, cujos representantes são eleitos justamente com recursos e servindo aos interesses deles.
Por outro lado, a quebra desse sistema coloca em risco o way of life da maior parte das populações dos países mais ricos, bem como das classes médias e altas dos paises mais pobres, não mais do que 10% dos mais ricos do planeta...os outros 90% da população mundial estão quebrados há séculos e tiveram TODAS as tentativas de inclusão negadas pela lógica dos investimentos e especulações de Wall Street.
Para, ao menos, 5 bilhões de pessoas no mundo, a pergunta hamletiana to crash or not to crash não é uma questão...não muda absolutamente nada...aliás, talvez mude para melhor...quem sabe um deslocamento na lógica política e econômica faça essas populações terem alguma chance no futuro.
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
To Crash or not to Crash
Postado por Edson Martins às 7:37 AM
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