sábado, 20 de setembro de 2008

Sobrevivi

É muito tempo sem postar nada.
Eu tenho um contador de entradas.
Por ele sei que umas 10 pessoas por semana entram neste blog.
É muita coisa.....quem deve ser que entra aqui?
Mas não tenho nenhum rastreador....e não posso saber quem é...
Que bom....

O que posso falar desse silêncio? Que morri algumas vezes nos últimos 4 meses.
E sobrevivi a todas essas mortes.
Que o fundo do poço não existe....tem mais coisa depois....
Que a vida é mais forte do que a morte, mesmo com a morte achando que sempre ganha no final.
Que o amor existe (não é pieguice não....só ele salva MESMO)
Que a fé existe.
Que Deus talvez exista (tinha rompido com ele.....aceito uma conversa de novo.. mas sem testemunhas, nem truques sujos, ENTENDEU???)

Que tenho lido e escrito cartas.
Que fiz um (outro) blog de confidências que não tenho mais coragem de escrever, nem deletar, nem contar pra ninguém o endereço
Que o São paulo não ganhará nada em 2008
Que video-game cansa
Que internet cansa
Que Brasília é uma maquete bem grande que dá pra gente andar dentro
Que os amigos estão sempre aí
Que tem gente bacana por aí
Que gente bacana também faz cagada, e decepciona a gente
Por que antes de ser bacana, é gente (é substantivo, antes de adjetivo)


Que o tempo é uma farsa
Que a vida até pode ser um poema
Que o espaço não é uma farsa
Que o pós-moderno fez o tempo matar o espaço para enjaular a vida
Que crianças realmente são anjos
Que as plantas e os bichos lamentam nossa debilidade

Que a água limpa
Que respirar é tudo: o limite entre o que somos e o que não sabemos que somos (o Antunes me disse isso em 1988...só entendi agora!)
Que o Amos Óz é um escritor medroso
Que não dá para sacar o Dostoiéwsky sem ler o Tolstói (e vice versa) - essa quem ensinou foi o Coetzee
Que o Merleau-Ponty era um visionário
Que o Marx é fantástico mais quase todos os marxistas são caretas (essa eu já tinha sacado antes)


Que voltei a ler o Borges
Que me encontrei perdido em alguns de seus labirintos
Que Schopenhauer estava perdido neles, que Nietzche também
Que o corpo existe
Que antes mal do que só acompanhado
Que Buenos Aires é linda
Que tudo é mistério


Fiz uma frase nesse tempo....que gostei.....acho que é a alma disso tudo:

Que cada eternidade seja vivida como se fosse a última; que a seqüência delas seja não mais que o presente e tenha, exatamente, o tamanho do nosso corpo.....

3 comentários:

Anônimo disse...

Amigo Edson.
Conte-me, pois, entre os que lê o seu blog. Mas... não conte com números: o peito não sabe contar.
Gostei de todas as suas considerações. Vc leu Kafka antes de escrever tudo isso ou é coisa de quem está escrevendo, mesmo?
Ah!, as considerações sobre Dostoiéwsky e Tolstói são muito pertinentes. Falo como um apaixonado por Dostoiéwski e perdido em Tolstói.
Grande abraço, amigo.

Marisa Martins disse...

Pois é meu amor.....essa é a vida, uma montanha russa sem tempo, mas que vaga no espaço ora nos levando ao ar, ora a terra, isso quando não nos deixa em linha reta sem podermos ver o fim, mas tendo além de nós o horizonte. Vc é lindo e é por isso que eu te amo e é por isso que eu acreditei e sempre acreditarei na sua força.
Beijo

Naíme Silva disse...

porra meu mano de velhos tempos, me fez chorar...caralho, ainda existe gente com qualidade nesse mundo, gente que não é superficial, que bom, mas somos poucos, so que resistimos pra caralho, mesmo vivendo tantas mortes..bjos, naíme