domingo, 16 de julho de 2006

Coisas desses Tempos


Turbilhão de notícias e impressões, a sociedade contemporânea tem demonstrado uma imensa dificuldade em apresentar respostas às violações dos direitos mais elementares, como a vida e a paz.
Pensemos no caso da volta dos ataques do PCC a São Paulo. Na primeira onda de ataques, a reação paulistana foi de histeria individualizada (fuga em massa para as casas), o que. No limite, significa uma não resposta enquanto sociedade.Desta segunda vez a reação foi o silêncio, o aceitar conviver com a barbárie, uma opção pela convivência com a violência, vista como inevitável, coisas desses tempos.
Vejamos agora a reação da sociedade internacional diante do Estado Terrorista de Israel. Há quantos anos Israel simplesmente ignora as convenções internacionais mais elementares em sua política genocida no Oriente Médio? E qual a reação efetiva da sociedade internacional? O silêncio, a aceitação da violência de um Estado contra sociedades vizinhas ou contra um indefeso Líbano, no momento. O mesmo tem ocorrido há anos com palestinos, sírios e árabes em geral.
Não discuto que violências desse tipo são realmente coisas desses tempos. No entanto, é importante que nesses tempos exista a possibilidade de reação, de não aceitação de um ambiente de crescente banalização da violência e de redução efetiva do espaço de todos os tipos de minorias.
O relativismo, o particularismo, o mercantilismo e a informacionalização a qualquer custo têm transformado a violência em dado e não mais em condição de vida. Sua banalização parece só acabar quando ela, física e efetivamente bate à nossa porta. È sentida sempre como perda individual, e não mais coletiva, muito menos política.
Os agentes dessa violência (certos Estados, movimentos, grupos, corporações) fazem desta postura o principal elemento de ampliação da restrição e privatização do direito à vida, determinada pela possibilidade de saber ou não se esconder nestas selvas contemporâneas.

A próxima postagem ocorrerá somente no próximo domingo (23/07). Nesta semana estarei no Rio, vom o Programa Jovens Urbanos.

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