domingo, 23 de julho de 2006

Cortez e Guarnieri















Nesta última semana tivemos duas grandes perdas no teatro brasileiro: faleceram Raul Cortez e Gianfrancesco Guarnieri.
Eu já admirava o Raul Cortez quando fui trabalhar no CPT (Centro de Pesquisa Teatral) entre 1988 e 1990, até que ouvi Antuvnes Filho dar suas impressões sobre ele. Fora outros trabalhos juntos, Antunes comentava muito A Hora e a Vez de Augusto Matraga e elogiava não só sua postura pessoal, como também o imenso profisionalismo e o princípio de se aperfeiçoar sempre. Antunes sempre lembrava a facilidade com que Cortez fazia um exercício com o qual sofríamos muito, o desequilíbrio e o susto que deve quando percebeu que Cortez conseguira desenvolvê-lo logo nas primeiras instruções.
Guarnieri, por sua vez viveu o teatro em sua completude: dirigiu, atuou e escreveu (a inequecível Eles não usam black-tie) é dele. Para além disso tudo, Guarnieri era um militante e seu posicionamento político sempre foi explícito e coerente com sua ação artística.
Profissionalismo, ação política, competência artística: meus aplausos pela oportunidade de ter vivido a época destes grandes artistas!

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