quarta-feira, 10 de outubro de 2007

A Escola Real de Gimeno Sacristán

Gosto em particular de dois aspectos do texto de Sacristán que apresentei na última postagem. O primeiro deles é o relevo que ele dá para a educação enquanto processo real, efetivo, realizado, concreto.
Em minha dissertação de mestrado faço a mesma crítica ao discutir o afastamento entre a educação do discurso e a educação da prática, relevando a importância do surgimento da educação da práxis. A escola a que chamo de missioneira peca muito pela idealização de um modelo educacional que, embora progressista, conflita com práticas conservadoras. Sacristán também atenta para isso, o que considero realmente importante.
Gosto também da percepção que tem de que o processo educativo vai para além da relação professor-aluno. Bem sabemos que este é o campo privilegiado na educação, sem dúvida, mas cada vez mais tem-se destacado o quanto o processo educativo é múltiplo, complexo, amplo e de desdobramentos inimaginados. Contemplar essa dimensão é vital.
É verdade que falta a esta dimensão os processos educativos extra-escolares, sejam eles institucionalizados ou não. Isso merece uma boa discussão. Estes processos são apontados por Gimeno Sacristán, estando situados no campo da cultura. Mas a discussão do significado de cultura e de sua relação com a escola merece outras discussões mais acaloradas.

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